sábado, 30 de agosto de 2008



'Cidra'. Desta cítrica, ralada, faz-se um doce maravilhoso.

O botão rosa atenta às recomendações e experiência dos mais velhos.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Amanhecendo na Harmonia



Sob a algazarra dos bugios nos matos do entorno, o cantar dos galos, mugir do gado, balir das ovelhas, zunir do vento norte, canto dos pássaros, lá vem ele, o Velho Sol. Outra vez. Incansável. Entre nuvens espessas, repechando a ventania...

A Timbaúva, ainda de galhos nus, e eu, rendemos-lhe toscas homenagens campesinas.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Quiro-pilates

Aos 68 anos de idade, as más posturas e o sedentarismo me haviam levado a um quadro esquelético sofrível. Crônico. Toda manhã ao levantar-me, dores persistentes comprimiam-me demoniacamente o quadril, impedindo-me de permanecer em pé. Haveria, então, de apelar para o conforto de uma cadeira de espaldar alto, que me acolhesse maternalmente pela coluna até que me adaptasse à nova postura. Pouco a pouco, assim, as dores arrefecendo, apontava, dorido. o esqueleto rumo ao teto. Aí, entre ai-ai-ais e ui-ui-uis, ia assumindo a figura do homo erectus. Ou quase.

Arredio a antiinflamatórios e temendo seus colaterais efeitos, fui aconselhado por minha mulher a procurar auxílio na Quiropraxia. Assim o fiz.
Para minha alegria, já após as primeiras sessões com o Dr. Wolmir Raldi, tive certeza que havia esperança para a cura dos meus males.
Na terceira sessão respirava aliviado.

Aí surge o Pilates.
Aconselhado por tão eminente quiropraxista, tomei conhecimento da existência desse método de coscientização corporal que, basicamente consiste na prática de alongamentos em aparelhos sob orientação de professor especializado.
As minhas primeiras aulas as tive pela professora Adriana.
Atualmente é meu orientador o professor Elizandro.

Mas o que quero dizer é bem simples: exercitando-me segundo as regras do Pilates, vi extirpadas do meu esqueleto as mazelas que o travavam e encurvavam. Agora levanto-me pela manhã como se não houvesse passado pelos encurtamentos que a inatividade e/ou a má
postura provocam no ser humano.
Sou outro homem. Nesta minha fase de 'homem aprumado' sigo pelas calçadas orgulhoso do meu caminhar ereto refletido nos cristais das vitrines.
O que parecia impossível ficou para trás.
Atualmente, com duas sessões semanais de uma hora posso desfrutar com mais amplitude a minha vida; e olhar para frente com a sensação de PODER que tanto nos conforta.

Ave, Pilates!

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Primavera







Em agosto a Primavera se anuncia já pela floração nos jardins e nas matas.

Em meio a tanta beleza, anuncia-se o canto macio dos pássaros que aos bandos retornam de suas viagens.

Flores do Campo






Não me perguntem que nomes. A Amarelinha, de frente (fundo azulado), chamam-na 'Maria-Mole'.
Das outras nada sei.
Simplesmente aí estão: belas, frescas. Coloridas.
Prontas para a existência fugaz de apenas algumas horas.
Mas: ei--las!
Nelas vislumbra-se o eterno. O eterno que tem outro sentido em suas fragilidades; que não o que orienta o homem e o faz estúpido; grosseirão. Que tantas vezes por elas passas, ou as pisoteia sem dar-se pelas suas presenças.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Barrigas Cheias, Mentes Vazias

O desempenho pra lá de sofrível do Brasil nas Olimpíadas de Pequin é o resultado da desídia com que o ensino - especialmente o da Educação Física - vem sendo tratado nas escolas.
Tem sido comum ver-se nas quadras professores desinteressados a jogar uma bola aos alunos para que batam na coitada como bem entenderem. Socos, chutes, cabeçadas... pra qualquer norte.
Lembra-me, o fato, certo técnico de futebol interiorano: no vestiário e à guisa de palestra aponta para camisetas em cima de uma mesa e esbraveja para os atletas: '... e agora cada qual pegue a sua e se espalhe...'
Pobres e desassistidos, crianças e mestres. Aquelas sem noção do que fazem, correm, gritam, massacram a pelota; suam, estafam-se, apenas; estes, sem ânimo, desestimulados por um salário risível, remoem contida ira contra sabidos inimigos. Na tela, os nossos sizudos governantes.

Assim, por essas e outras, quem se iludir com fanfarronadas pré-olímpicas tipo 'os nossos imbatíveis atletas disso e daquilo' fatalmente amargará uma desilusão.

À beira do insondável, o de que necessitamos é de atitudes que nos roubem à boca do abismo.
Na real, a revisão urgente dos currículos esolares, especialmente das disciplinas que dizem diretamente com a formação integral da pessoa humana, se impõe. Entre elas a Educação Física.
Caso contrário, a perdurar tamanho vazio neste patamar escandaloso, gerações haverão de se acumular, perdidas, em sequência brutal.
Mas, o que me choca é testemunhar o comportamento dos governantes diante desses registros: ao invés de assumirem postura decente, que busque o crescer dos governados, insistem em gestar programas assistenciais para encher barrigas e esvazir mentes.

Aí eu me pergunto: a quem interessa o crescer constante do número de dependentes da ajuda oficial?

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Por Que os Elegemos?

O Poder fascina. Fascina e deturpa. A figura do Grande Irmão criada por Geroge Orvell ("1984") serve de exemplo. No exercício do Poder, há o manda-chuva em torno de quem se cria aura deífica, tornando-o inatingível. Gera-se, a partir daí e se põe em execução um processo de minimização de pessoas, induzidas estas a crer que a felicidade está em seguir a letra da cartilha que se lhes impõem. Os envolvidos, uma vez absorvidos pelo sistema passam a agir segundo arengas de asseclas do Grande Irmão. Ingênuos e desesperançados, entregam-se em alma às lengalengas oficiais. E enquanto lhes é servida a ração que ceva mas não nutre, deixam-se à sensação da barriga satisfeita, submetendo-se desde já à próxima etapa.
Por isso, o negócio é não permitir aos 'favorecidos' idéias tendentes contestar a política do Poder.
Manter o povo inerte intelectualmente, esse o ofício torpe de um Estado prepotente.
Enquanto isso, a horda de indigentes é inchada e mantida sob tacão.

Como resultado, pais e mães, os há, agradecidos ao Grande Irmão que tem lhes permitido calar choros inocentes, seguem na construção impreessionante da escadinha de bolsas-família a que chamam: 'meus filhos!'

Não sou contra a necessária assistência social, mas, sim, contestador de assistencialismo assim perverso. Este, que denigre e abate os supostos assitidos; que os torna ainda escravos num processo escuso, degradante. Sujo.
A verdadeira assistência haveria de constar de um programa em que se oportuniza aos beneficiados emergir da escuridão em que o estado-protetor, ao contrário, os joga e matém. Criminosamente.

"De-lhe o peixe, mas esine-o a pescar" diriam os chineses.
Mas, por aqui, afinal, o que temem os governantes? Que o povo venha ser capaz de gerir seu destino?
A verdade é que o Estado dissocia a Nação do seu povo. Assaltado em seu mando por grupos políticos que ali se sucedem, impõe-nos conduzi-los e reconduzi-los a cargos em que se eternizam.
Será para isso que elegemos governantes?

"Paroara Coronata"


Quando viemos morar na Harmonia, 1997, julho, as 'Paroaras' - nome científico atribuído ao "Cardeal", essa ave encantadora, topete vermelho, perfil elegante e de sonoro canto dobrado -começavam a retornar às nossas matas. A caçada frenética que lhes haviam imposto insanos mercadores de pássaros décadas a fio, podia te-los levado à extinção. Afinal, hordas de caçadores armados de infalíveis alçapões e munidos de chamarizes os buscavam onde a vistosa plumagem ou o seu canto livre os denunciasse.
E os bichinhos a caírem sistematicamente no engodo de um chamado; de um sofrido e engaiolado canto .
Some-se aos alçapões o evento dos agrotóxicos lançados nas lavouras, pasto natural dos pássaros, incentivado, agora, por anúncios governamentais tipo "Plante Que o João Garante", do governo de João Figueredo.
Estive ausente destas paragens por longos trinta anos.
Lá, quando ganhei outros mundos, raros indivíduos, velhos cardeais remanescentes estridulavam em gaiolas quedas atrás de mim.
Por isso, foram emotivas as minhas primeiras alvoradas na Harmonia. Saudado pelo trinar de uma casal de cardeais pousado no capão de eucaliptos, tive a impressão de voltar no tempo; de ter sobrevivido a uma hecatombe. Chorar não chorei, mas queimou-me nas veias um reconforto: as 'paroaras coronatas' da minha juventude eram salvas.
E presentes.
Vez por outra me questiono acerca de como os cardeais e outros pássaros - bem-te-vis, corruíras, quero-queros, tico-ticos, sabiás, joões-de-barro, etc. - sobreviveram a alçapões e agrotóxicos.
Teriam migrado para refúgios não sabidos ou se adaptado ao efeito dos venenos?
A verdade é outra: o único animal que não faria falta no Planeta (o homo sapiens) subestima a capacidade de sobreviver desses aparentemente frágeis emplumados.

Ave, Paroaras Coronatas!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Com ou Sem Álcool...

... a chacina continua. Neste final de semana no Rio Grande do Sul, 28 pessoas morreram por causas não naturais; 16 vítima de homicídio e 12 em acidentes de trânsito. Enquanto isso, a repressão ao volante etilizado permanece voltada também contra um condutor que ingeriu porção de bebida incapaz de enbriagar uma perdiz. Quem, em sã consciência, poderá crer que o vigente mínimo legal de álccol no sangue fará instantaneamente de uma pessoa normal um bêbado? Outra: por que somente após a entrada em vigência da Lei Seca é que as polícias rodoviárias apertaram o cerco? Será que o legislador não se deu conta que a diferença entre 0,00 e 006 é a mesma existente entre o zero e o nada, isto é, nenhuma? Dos excessos de álcool no sangue tratava também a lei anterior, com uma diferença, entanto: a fiscalização, niglegenciada, levava os patrulheiros ao locais de aciente somente após o dano perpetrado. Outras perguntas, pertinentes ou não: para onde foi direcionada a mão de obra dispensada de um sem-número bares e restaurantes em todo o país? Se a fiscalização nas ruas e estradas vier a arrefecer ou, mesmo, desaparecer, terá valido a pena provocar o desmanche, por exemplo, de pequenas vinícolas tomadoras de empréstimos pesados, sonhando entrar num mercado até então promissor e incentivado pelos governantes?
Não advogo o livre consumo de álcool pelos motoristas ao volante; mas, sim, a coerência do Estado diante de um fato grave que não deve ser tratado apenas em suas conseqüências. Um país que não construiu seus fundamentos com a seriedade merecida é um país que permacerá socialmente letárgico e à deriva.
Com álcool ou sem ácool continuamos à mercê de políticos inescrupulosos num país débil em seus fundamentos.
Que pena.

sábado, 16 de agosto de 2008

A Esperança Vem do Verde.


É possível reverter a caótica situação do Planeta. Se levar em conta a pequena propriedade em que moramos eu e Tetê - A Harmonia - e a situação degradante em que a encontramos há onze anos, tenho certeza que será possível. Matas e áreas de campo mostravam-se tristes e degradadas. Bastou, no entanto, que nos conscientizássemos da realidade para que nos tornássemosmos aliados seus, empreendendo, assim, a retomada dos valores naturais usurpados. Foi apenas o tempo para adotar simples providências. Uma delas, a de cercar as áreas de mato virrgem, evitando a entrada de herbívoros - bovinos, ovinos e equinos - em pouco mais de três anos mostrou-se eficaz. A outra, plantar mudas de bambus (taquareiras) e maricás em vertentes atingidas por vossorocas, veio complementar a primeira. Isto porque, se aquela controlou a erosão interna da mata, esta freou o desgaste do terreno quando das chuvas fortes. Dada a chance à natureza, retribuiu-nos ela germinando as sementes lançadas pelas árvores-mãe; antes, recolhidas pelo gado então de livre acesso àquelas áreas, servia-lhe tão-só de repasto.
Agora, no entnato, revitalizada, a mata agradece. E nos brinda com a vivacidade suave das jovens árvores que já nos vão pelos ombros.
Mais que belas árvores, tufos de ESPERANÇA.
Esperança que vem do verde.

Ainda Um Sonho

"... ter mais liberdade,
justiça, verdade,
sonhar é metade e não põe pão sobrea mesa;
de nada me vale espertos que falem
... e a gente se cale aos pés da esperteza."

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

De Um Sonho...

... e às vezes espero - e é justo que espere - cambiar de quimeras
pra realidade: mais pão, agasalho;
que a vida e trabalho
não sejam baralho
de cartas marcadas."